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Mecanismos de toxicidade

1.Mutagenicidade

A mutagenicidade da efedrina foi avaliada em frações S9 de um homogenizado de fígado de ratazanas Sprague-Dawley. A efedrina não mostrou atividade mutagénica com e sem adição da fração S9 [1].

1.Mutagenicidade

2.Cardiotoxicidade

A efedrina e a cafeína são as principais substâncias ativas presentes nos suplementos dietéticos que contêm Ma Huang e Guaraná [2].

A toma destes produtos associada à ingestão de quantidades consideráveis de cafeína, quer seja em chás, café ou refrigerantes, aumenta muito a suscetibilidade aos efeitos cardiovasculares e centrais da efedrina.

Uma possível explicação para a cardiotoxicidade verificada com a associação destas duas substâncias está relacionada com o rápido aumento dos níveis de cálcio, que tem como consequência a alteração das propriedades elétricas e contrácteis do coração. Mais detalhadamente, a efedrina liga-se aos recetores α e β adrenérgicos provocando a libertação de catecolaminas. A libertação destas é seguida por um aumento do inositol trifosfato (IP3) que se vai ligar a recetores presentes no retículo endoplasmático e provoca assim um aumento do cálcio intracelular pela libertação das reservas de cálcio presentes no retículo. O aumento do cálcio intracelular causa despolarização das células e uma consequente contração dos vasos causando isquemia. A cafeína estimula os recetores de rianodina (RyR) que também provocam a libertação do cálcio do retículo, contribuindo assim para a despolarização e contração dos vasos sanguíneos [3].

Figura1. Mecanismo de toxicidade proposto para a efedrina (25mg/kg) e cafeína (30 mg/Kg). Legenda da figura: H – hemorragia; N – necrose; V – vasoconstrição. Adaptado de [3].

2.Cardiotoxicidade

3.Nefrotoxicidade

A análise de cálculos renais por cromatografia gasosa e espetrometria de massa tem identificado combinações de efedrina, norefedrina e pseudoefedrina na sua constituição em pacientes que consomem regularmente efedrina e pseudoefedrina [4]. A dose exata destas substâncias que leva à sua precipitação e formação de cálculos não é conhecida.

Sabe-se apenas que a efedrina é eliminada não conjugada na urina e é bastante solúvel [5]. Uma possível explicação para a nefrolitíase provocada por esta substância está relacionada com a diminuição do pH urinário. Ou seja, o aumento da acidez da urina irá fazer com que a efedrina esteja preferencialmente no seu estado ionizado, pelo que há uma menor reabsorção de efedrina ao nível dos túbulos renais e aí irá precipitar [4].

Referências bibliográficas:

[1] Shimizu, Hidesuke, et al. "Mutagenic activity of N-nitrosomethamphetamine and N-nitrosoephedrine." Cancer letters 21.1 (1983): 63-68.

[2] Csajka, C., et al. "Mechanistic pharmacokinetic modelling of ephedrine, norephedrine and caffeine in healthy subjects." British journal of clinical pharmacology 59.3 (2005): 335-345.

[3] Dunnick, J. K., et al. "Cardiotoxicity of Ma Huang/caffeine or ephedrine/caffeine in a rodent model system." Toxicologic pathology 35.5 (2007): 657-664.

[4] Powell, Thomas, et al. "Ma-huang strikes again: ephedrine nephrolithiasis." American journal of kidney diseases 32.1 (1998): 153-159.

[5] Budavari S, O’Neill MJ, Smith A, Heckelman PE (eds): An Encyclopedia of Chemicals Drugs and Biological (ed 11). Rahway, NJ, Merck & Co, 1989, pp 565-566.

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