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Uso popular

Perda de PESO

A efedrina é usada como promotora na perda de peso uma vez que aumenta a termogéneseOs agentes termogénicos, como a efedrina, têm múltiplos mecanismos de ação. Embora a efedrina seja capaz de suprimir o apetite, pensa-se que o principal mecanismo para promover a perda de peso seja o aumento da taxa metabólica do tecido adiposo [1].

Aliás, pensa-se que esse aumento do metabolismo resulte da atividade agonista parcial fraca que a efedrina tem sobre o subtipo β3 dos recetores adrenérgicos, recetor esse envolvido na lipólise e termogénese, resultando na degradação de gordura e na modulação do metabolismo da glucose, quer por mecanismo indireto, envolvendo a libertação de noradrenalina e adrenalina nas terminações nervosas sinápticas que interagem com recetores adrenérgicos [2].

Embora exista alguma evidência para o papel dos recetores β3 na termogénese em seres humanos, este facto permanece obscuro devido à falta de agonistas e antagonistas destes recetores altamente seletivos que tenham um efeito no corpo humano [3]. Alguns dos efeitos termogénicos podem também ser mediados pela interação da adrenalina com os recetores adrenérgicos β1 e β2 [2].

Psicoestimulante

A efedrina é vendida ilegalmente como "herbal ecstasy". Existem várias explicações para o facto de a efedrina ter um efeito psicoestimulante. 

A  primeira baseia-se no facto de a efedrima ser  um análogo da noradrenalina. Contudo, estas duas substâncias diferem num aspeto muito importante: a efedrina é mais lipossolúvel e por isso penetra mais facilmente no cérebro e exercem uma ação central pronunciada. Assim, como agente adrenérgico central, mimetiza a ação da noradrenalina a nível dos recetores ergotrópicos, induzindo um aumento da atividade simpática central que resulta numa maior excitabilidade, num aumento da atividade psicomotora e num aumento da sensibilidade a estímulos externos [4].

Por outro lado, no organismo, a uma parte da efedrina é metabolizada a norefedrina, também conhecida como fenilpropanolamina. Alguns autores pensam que esta substância seja responsável pelos efeitos estimulantes do SNC [5]. De facto, a fenilpropanolamina é muitas vezes designada por “amphetamine-like substance” devido à sua semelhança com a anfetamina. Assim, é capaz de provocar um aumento da atividade locomotora, embora com menor magnitude do que a anfetamina, e provoca a libertação de dopamina no núcleo de Acumbens, provocando a sensação de euforia e prazer [6].

Referências bibliográficas:

[1] Murray, Michael T. The healing power of herbs: the enlightened person's guide to the wonders of medicinal plants. Rev. 1995.

[2] Stohs, Sidney J., et al. "A Review of Natural Stimulant and Non‐stimulant Thermogenic Agents." Phytotherapy Research (2016).

[3] Mund, Ross A., et al. "Brown adipose tissue thermogenesis: β3-adrenoreceptors as a potential target for the treatment of obesity in humans." Cardiology in review 21.6 (2013): 265-269.

[4] Brodie, Bernard B., et al. "An interpretation of the action of psychotropic drugs." Postgraduate medicine 24.3 (1958): 296-304.

[5] Dollery C. 1991. Therapeutic drugs. Churchill Livingstone Inc.:New York.

[6] Lee, Francis, et al. "Similarities between the stimulus properties of phenylpropanolamine and amphetamine." Psychopharmacology 97.3 (1989): 410-412.

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